Nosso corpo fala! Situações corriqueiras levam-no a manifestar constantemente o peso de nossas emoções e sentimentos!
Quem nunca sentiu frio na barriga, sudorese, batimentos cardíacos acelerados quando deu de cara com seu grande amor platônico? Ou teve o coração disparado e a mandíbula cerrada quando enfrentou um ataque repentino de fúria? Ou teve que conviver com falta de ar, insônia, boca seca, perda de apetite quando permaneceu ansioso esperando alguma resposta sobre assunto de seu profundo interesse?
Na maioria das vezes o equilíbrio entre corpo e mente se estabiliza tão logo a pessoa consegue se situar e resolver relativamente bem alguma situação que a incomodou.
Mas pode ocorrer de o corpo mostrar capacidade finita de responder às demandas trazidas por uma mente afligida por forte sofrimento psicológico, emocional e/ou social: o corpo reclama, adoece. E nascem as somatizações, afetando os sistemas digestivo, o nervoso e o reprodutivo.
A somatização ocorre quando aparecem sintomas físicos, mas não existe uma doença orgânica comprovada. Ocorre desordem física no corpo como dores nas articulações e no pescoço, sensação de enrijecimento até os ombros, dores difusas pelo corpo, zumbido no ouvido, dificuldade para dormir e respirar, surgimento de doenças dermatológicas, enjoos, diarreia entre outros.
A pessoa entra em estado de dor e de incômodo. Procura médicos de várias especialidades, realiza exames de toda natureza e as causas dos problemas não são descobertas. Ao não ter resolvidas suas dores físicas e passar a reclamar dessa condição, a pessoa passa a ser vista como queixosa, chata, difícil. E em nada ajuda ouvir: “fique tranquilo, você não tem nada”.
Segundo explicação médica, o sistema psíquico afeta o neurológico, que altera o sistema imune que integra o endócrino, como um ciclo. Ao não conseguir controlar essas emoções, o corpo é enormemente exigido. Desse desequilíbrio surgem as doenças e dores.
Quando médicos e exames não conseguem encontrar a causa da dor ou da doença, o foco passa a ser a psique do indivíduo. Nele convivem sentimentos de toda ordem: impotência, ansiedade, raiva, luto, traumas, ressentimento, culpa, estresse etc. Geralmente eles são os grandes provocadores da somatização.
Não há um tratamento com medicamentos específicos para atenuar as dores provenientes da somatização, devido à natureza diversa e derivada de questões psicológicas. Mas como a esmagadora maioria das pessoas com sintomas somáticos também apresentam diagnóstico de depressão ou ansiedade, medicamentos para essas doenças são utilizados com frequência.
William Shakespeare dizia, “De todos os conhecimentos possíveis, o mais sábio e útil é o conhecer a si mesmo”. Buscar o autoconhecimento talvez seja um caminho para resolver parte das dores físicas e emocionais que nos acometem. É preciso aprender a identificar nossos sentimentos e emoções, buscando manter um melhor equilíbrio emocional e físico. Conhecer e aceitar quem somos são etapas neste processo.
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